Um grupo de cerca de 50 médicos protestou nesta quarta-feira (24) em frente à Santa Casa de Misericórdia de Belém após a morte de gêmeos nesta terça. Uma médica de plantão teria negado atendimento à mãe. Com faixas “médico não é bandido”, o grupo protestou contra a falta de condições de trabalho da classe médica.
Segundo informações da Polícia Civil, a mulher de 27 anos e o marido teriam sido impedidos de entrar na Santa Casa nesta terça por um funcionário na portaria por falta de leitos na maternidade. A médica que estava de plantão teria se negado a prestar atendimento à gestante e chegou a receber voz de prisão de um dos bombeiros e de um policial militar por negligência.
O manifesto foi realizado após reunião do Sindicato dos Médicos do Pará que, em conjunto com a Sociedade Médico-Cirúrgica do estado, divulgou nota de repúdio ao afastamento da presidente da Santa Casa, determinado nesta terça pelo governador Simão Jatene após o episódio, que está sendo investigado pela Polícia Civil.
Segundo o sindicato, as autoridades agiram de forma “arbitrária e prematura”. Segundo a nota, os fatos envolvendo dificuldade no atendimento de pacientes e más condições de trabalho dos médicos estão relacionados principalmente à má gestão. A classe médica também defende a apuração do caso antes da responsabilização da médica.
Depoimentos
A Polícia Civil de Belém deve ouvir nesta quarta os depoimentos de funcionários do Hospital Santa Casa de Misericórdia e do Hospital das Clínicas para saber como estão as condições nas unidades e como foi recebida a mulher de 27 anos. Segundo a polícia, a grávida chegou a tentar ser atendida também no Hospital das Clínicas. O Ministério Público Federal também realiza reunião sobre o caso nesta tarde.
"Pretendemos ouvir logo os funcionários dos hospitais, para saber como tudo ocorreu. O pai já foi ouvido, mas a mãe ainda não, ela permanece internada", disse o delegado Antonio do Carmo, chefe do departamento, ao G1.
A polícia apura se houve homicídio culposo ou omissão de socorro. "Ainda esperamos os laudos conclusivos do Instituto Médico Legal [IML] para saber a causa das mortes e também exames do hospital onde a mãe permanece internada, pois temos informações não confirmadas de que a mãe poderia ser portadora de uma doença grave que pode ter relação com as mortes", afirma do Carmo.
Médica nega omissão
Em entrevista ao Jornal Nacional, logo após deixar a delegacia, onde prestou esclarecimentos, a obstetra Cynthia Lins negou omissão de socorro à mãe. "Em nenhum momento houve omissão de socorro. O que houve, sim, foi um esclarecimento junto ao Corpo de Bombeiros e à família da superlotação em que nós nos encontramos no momento, e por isso estarmos trabalhando de portas fechadas", afirmou.
"Estas crianças, elas não morreram por falta de atendimento. Nos já pedimos perícia do IML nos corpos, que já foram encaminhados. Estas crianças já nasceram mortas", acrescentou a médica.
A diretora da Santa Casa, Maria do Socorro Picano, afirma que há seis dias a unidade informa a população para procurar outra maternidade, devido à superlotação. "De 107 [leitos], hoje estamos com 123 recém-nascidos recebendo cuidados intensivos. Realmente extrapola qualquer condição, porque você já está colocando em risco os que já se encontram internados", afirmou.
Enquanto esperava por atendimento, de acordo com os bombeiros, a gestante teve um sangramento e uma das crianças nasceu na ambulância da corporação, mas sem vida. A segunda criança nasceu, também sem vida, na Santa Casa.
Segundo informações da Polícia Civil, a mulher de 27 anos e o marido teriam sido impedidos de entrar na Santa Casa nesta terça por um funcionário na portaria por falta de leitos na maternidade. A médica que estava de plantão teria se negado a prestar atendimento à gestante e chegou a receber voz de prisão de um dos bombeiros e de um policial militar por negligência.
O manifesto foi realizado após reunião do Sindicato dos Médicos do Pará que, em conjunto com a Sociedade Médico-Cirúrgica do estado, divulgou nota de repúdio ao afastamento da presidente da Santa Casa, determinado nesta terça pelo governador Simão Jatene após o episódio, que está sendo investigado pela Polícia Civil.
Segundo o sindicato, as autoridades agiram de forma “arbitrária e prematura”. Segundo a nota, os fatos envolvendo dificuldade no atendimento de pacientes e más condições de trabalho dos médicos estão relacionados principalmente à má gestão. A classe médica também defende a apuração do caso antes da responsabilização da médica.
Depoimentos
A Polícia Civil de Belém deve ouvir nesta quarta os depoimentos de funcionários do Hospital Santa Casa de Misericórdia e do Hospital das Clínicas para saber como estão as condições nas unidades e como foi recebida a mulher de 27 anos. Segundo a polícia, a grávida chegou a tentar ser atendida também no Hospital das Clínicas. O Ministério Público Federal também realiza reunião sobre o caso nesta tarde.
"Pretendemos ouvir logo os funcionários dos hospitais, para saber como tudo ocorreu. O pai já foi ouvido, mas a mãe ainda não, ela permanece internada", disse o delegado Antonio do Carmo, chefe do departamento, ao G1.
A polícia apura se houve homicídio culposo ou omissão de socorro. "Ainda esperamos os laudos conclusivos do Instituto Médico Legal [IML] para saber a causa das mortes e também exames do hospital onde a mãe permanece internada, pois temos informações não confirmadas de que a mãe poderia ser portadora de uma doença grave que pode ter relação com as mortes", afirma do Carmo.
Médica nega omissão
Em entrevista ao Jornal Nacional, logo após deixar a delegacia, onde prestou esclarecimentos, a obstetra Cynthia Lins negou omissão de socorro à mãe. "Em nenhum momento houve omissão de socorro. O que houve, sim, foi um esclarecimento junto ao Corpo de Bombeiros e à família da superlotação em que nós nos encontramos no momento, e por isso estarmos trabalhando de portas fechadas", afirmou.
"Estas crianças, elas não morreram por falta de atendimento. Nos já pedimos perícia do IML nos corpos, que já foram encaminhados. Estas crianças já nasceram mortas", acrescentou a médica.
A diretora da Santa Casa, Maria do Socorro Picano, afirma que há seis dias a unidade informa a população para procurar outra maternidade, devido à superlotação. "De 107 [leitos], hoje estamos com 123 recém-nascidos recebendo cuidados intensivos. Realmente extrapola qualquer condição, porque você já está colocando em risco os que já se encontram internados", afirmou.
Enquanto esperava por atendimento, de acordo com os bombeiros, a gestante teve um sangramento e uma das crianças nasceu na ambulância da corporação, mas sem vida. A segunda criança nasceu, também sem vida, na Santa Casa.