quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Substituta de Barbalho no Senado gastou 2% do valor do adversário

Marinor Brito (PSOL) declarou R$200 mil em gastos de campanha, enquanto Jarder Barbalho (PMDB-PA) calculou o teto de R$10 milhões

Rodrigo Rodrigues, iG São Paulo | 27/10/2010 23:28

Com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de manter a aplicação da Lei da Ficha Limpa para o senador Jader Barbalho (PMDB) e torná-lo inelegível, a substituta dele para a segunda vaga de senador pelo Pará é Marinor Brito, do PSOL, que gastou o equivalente a 2% do que Barbalho utilizou na campanha eleitoral deste ano.
Enquanto Jader Barbalho declarou a previsão de gasto de R$10 milhões no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Marinor Brito informou os gastos de apenas R$200 mil. Mesmo assim, a candidata conquistou 727 mil votos no Estado, 27,1% do total de votos válidos.

Foto: Divulgação
Terceira colocada na eleição para o Senado no Pará, Marinor Brito (PSOL) assumirá a vaga que era de Jader Barbalho na próxima legislatura. Ela conquistou 727 mil votos
Marinor é professora de Educação Física da rede pública e foi eleita três vezes vereadora em Belém, capital paraense. Antes de chegar ao Senado, a nova senadora concorreu à prefeitura da capital paraense em 2006.
Com a conquista da vaga que era de Jader Barbalho, Marinor será a segunda senadora do PSOL nessa nova legislatura. A primeira vaga é de Randolfe, eleito pelo Estado do Amapá.
A nova senadora do PSOL acompanhou a votação do processo contra Brabalho no plenário do STF e, logo depois de homologada a decisão dos ministros, saiu para comemorar a vitória com a militância do PSOL em Brasília.
No meio de um brinde, Marinor Brito conversou com a reportagem do iG e disse que a decisão do STF “veio de encontro aos interesses da sociedade”. Segundo ela, o resultado da votação entre os ministros da suprema corte brasileira “legitima o poder democrático da população”, já que o projeto da Ficha Limpa foi uma iniciativa popular, contando com mais de 1,5 milhão de assinaturas.
“Qualquer decisão diferente da de hoje enfraqueceria a democracia brasileira e o poder de mobilização social. É uma lei que consolida o sentimento do povo e vira uma página sombria da nossa sociedade, que era a possibilidade de eleição de políticos envolvidos em escândalos. Minha felicidade é dobrada porque ajudei a coletar assinaturas para o projeto aqui no Estado”, disse Brito.

Sem site oficial durante toda a campanha, utilizando apenas um blog aberto do sistema blogspot, a senadora diz que fez uma campanha muito modesta, com pouquíssimos recursos e a base do boca a boca. A senadora diz que, pretende, porém, fazer um “mandato combativo” na tribuna do Senado.
Conhecida pelos adversários como uma vereadora “boa de briga”, Marinor Brito descarta os rótulos e comparações com a principal liderança feminina do PSOL, Heloisa Helena. A ex-senadora foi uma das principais figuras de oposição no primeiro mandato do presidente Lula e era conhecida pelo comportamento destemperado e pelos duros discursos contra o presidente da República e o governo federal.
Heloisa Helena concorreu ao cargo de senadora neste ano, mas que foi rejeitada nas urnas, conquistando 470 mil votos, 16,6% do total. Os dois senadores eleitos em Alagoas conseguiram, respectivamente, 904 mil e 840 mil votos cada.
A nova senadora do PSOL elogia Heloisa Helena, mas rejeita qualquer comparação com a colega de partido. “Ninguém anuncia seu comportamento. As pessoas terão oportunidade de me conhecer. A Heloisa Helena protagonizou um momento muito importante da política, foi muito corajosa e é uma referência. Mas eu e Randolfo pretendemos protagonizar um outro momento que a política brasileira enfrentará daqui para frente”, pontuou.
A primeira vaga de senador pelo Pará ficou com Flexa Ribeiro (PSDB), eleito com 1,8 milhão de votos, 67,7% do total. O senador Jader Barbalho foi considerado inelegível por ter renunciado ao cargo de senador em 2001, para não passar por um processo no Conselho de Ética do Senado. Na época, era acusado de suposto envolvimento em um escândalo de desvio de dinheiro público na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).

CNT/Sensus: Dilma lidera com 51,9% e Serra tem 36,7% (Postado por Erici Oliveira)


A vantagem de Dilma para Serra aumentou de cinco pontos porcentuais da pesquisa anterior para 15,2 pontos agora

AGÊNCIA BRASIL


No levantamento anterior, Dilma Rousseff tinha 46,8% eJosé Serra, 41,8%
São Paulo - A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, tem 51,9% das intenções de voto, ante 36,7% de seu adversário, o tucano José Serra, segundo pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta manhã.
A vantagem de Dilma para Serra aumentou de cinco pontos porcentuais da pesquisa anterior, na semana passada, para 15,2 pontos agora. No levantamento anterior, Dilma tinha 46,8% e Serra, 41,8%.
Ao se considerar somente os votos válidos - o que exclui nulos e brancos e se redistribui os indecisos proporcionalmente, Dilma tem 58,6% e Serra, 41,4%. A rejeição à candidata petista caiu de 35,2% da pesquisa anterior para 32,5%. Já a rejeição a Serra subiu de 39,8% para 43%.
O levantamento, com margem de erro de 2,2 pontos porcentuais, foi feito com dois mil eleitores, entre os dias 23 e 25 de outubro, em 136 municípios e foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número 37609/2010.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Países árabes pedem que EUA investiguem denúncias feitas por Wikileaks


Plantão | Publicada em 25/10/2010 às 10h49m
BBC Wikileaks sugere que EUA ignoram denúncias de abusos no Iraque

O Conselho de Cooperação do Golfo Pérsico, grupo que inclui seis países árabes, pediu aos Estados Unidos que investiguem detalhes de supostos abusos que teriam sido cometidos contra os direitos humanos no Iraque veiculados no site especializado em vazamento de informações Wikileaks.
Os documentos do site sugerem que as Forças Armadas americanas ignoraram casos de tortura praticada pelas tropas iraquianas, além de se omitir de "centenas" de mortos de civis em postos de controle.
Em um comunicado, o secretário-geral do grupo, Abdulrahman al-Attiyah, disse que os EUA são responsáveis pelas supostas torturas e assassinatos.
O conselho é formado pela Arábia Saudita, Kuwait, Oman, Catar, Bahrein e Emirados Árabes.
O Pentágono disse que não tem intenção de reinvestigar os abusos.
O material divulgado pelo Wikileaks - considerado o maior vazamento de documentos secretos da história - comprova que os Estados Unidos mantiveram registros de mortes de civis, embora já tenham negado esta prática.
Ao todo, foram divulgados registros de 109 mil mortes, das quais 66.081 teriam sido civis.
No fim de semana, o primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, acusou o site de tentar sabotar suas chances de reeleição e criticou o que chamou de "interesses políticos por trás da campanha midiática que tenta usar os documentos contra líderes nacionais".
Maliki, representante da etnia xiita, tenta se manter no poder depois das eleições parlamentares ocorridas em março, no qual nenhum partido obteve maioria. As negociações entre as diversas facções para formar uma coalizão prosseguem.
Seus oponentes sunitas dizem que os papeis divulgados pelo Wikileaks destacam a necessidade de estabelecer um governo de coalizão, em vez de concentrar todo o poder nas mãos de al-Maliki.
Tortura
Muitos dos 391.831 relatórios Sigact (abreviação de significant actions, ou ações significativas, em inglês) do Exército americano aparentemente descrevem episódios de tortura de presos iraquianos por autoridades do Iraque.
Em alguns deles, teriam sido usados choques elétricos e furadeiras. Também há relatos de execuções sumárias.
Os documentos indicam que autoridades americanas sabiam que estas práticas vinham acontecendo, mas preferiram não investigar os casos.
O porta-voz do Pentágono Geoff Morrell disse à BBC que, caso abusos de tropas iraquianas fossem testemunhados ou relatados aos americanos, os militares eram instruídos a informar seus comandantes.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Círio de Nazaré: Procissão foi a mais rápida da história

Após mais de cinco horas de caminhada, a romaria do Círio de Nazaré chegou à Praça Santuário, onde a multidão já aguardava a procissão para assistir à missa celebrada pelo arcebispo da prelazia de Abaetetuba, Dom Flávio Giovenali. Exatamente ao meio-dia, a imagem da Virgem de Nazaré foi retirada da berlinda pelo coordenador da Festa de Nazaré, César Neves e repassada às mãos do arcebispo metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira, que a colocou no nicho do altar da Praça Santuário, sob os aplausos da multidão. A imagem ficará no altar da praça durante todos os festejos do círio e só sairá de lá no recírio, que se realizará dia 25 deste mês, quando a imagem retornará para o colégio Gentil, onde ficará até o Círio 2011.

O Círio deste ano foi o mais rápido da história. A procissão que começou um pouco depois das 6 horas conseguiu chegar às 11h55 ao santuário de Nazaré, numa grande demonstração de organização - e cinco minutos antes da chegada do ano passado, até então a mais rápida dos círios.

Às 11h50 os sinos da Basílica Santuário começaram a soar, anunciando a chegada da Berlinda e dos romeiros. Dez minutos antes, os promesseiros da corda começavam a chegar em frente à praça, muito esgotados.

A diretoria da festa comemorou a organização da procissão e por terem conseguido cumprir o planejamento da imagem chegar à Praça Santuário ao meio-dia. O coordenadora da Festa de Nazaré, César Neves, disse que todos que trabalharam na organização da procissão estavam muito satisfeitos com o sucesso da romaria e com a compreensão dos romeiros, que ajudaram a conduzir o cortejo com a devida rapidez e na paz.

O arcebispo de Belém, ainda cansado do cortejo, se disse impressionado com a fé e devoção do povo paraense à Virgem de Nazaré - essa foi a sua primeira participação no Círio. Ele conclamou aos paraenses a permanecerem na fé e promover a cultura de paz durante toda a quadra nazarena e nos meses seguintes. “O Círio é a maior demonstração de amor por Maria”, afirmou dom Alberto Taveira.

Ativistas pela paz de vários Estados brasileiros vieram participar do Círio de Nazaré a convite do Movimento pela Vida (Movida), criado por pessoas que perderam seus parentes, vitimados pela violência. Eles se juntaram à CNBB para realizar a 1ª Romaria pela Paz e garantem que no próximo ano estarão de volta para realizar a segunda versão do movimento pela vida e pela paz.
Recorde de fiéis: 2,2 milhões

A multidão que este ano acompanhou o Círio de Nazaré, num trajeto de 4,6 quilômetros pelas ruas do centro de Belém, bateu todos os recordes nos 218 anos em que a romaria é realizada: 2,2 milhões de fiéis, segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

A maior manifestação católica do mundo, incluindo o próprio Círio e as procissões que o antecedem, como as romarias rodoviária e fluvial, além da Trasladação, no sábado à noite, mobilizou cerca de 4,2 milhões de devotos de várias partes do Brasil e até do exterior.

As Forças Armadas e as Polícias Militar e Civil utilizaram dez mil homens e mulheres, acrescidos de doze mil voluntários da Cruz Vermelha, para garantir a segurança dos romeiros.

O novo arcebispo de Belém, dom Alberto Taveira, que antes dirigia a diocese de Palmas (TO), ficou impressionado com a devoção dos paraenses e também ao ver tanta gente nas ruas.

“É uma demonstração de fé única, que não pode ser descrita, mas vivida”, disse Taveira. O papa Bento XVI enviou mensagem ao povo paraense lida por dom Taveira antes do começo da romaria, durante missa na Catedral da Sé. “A devoção mariana contribui para a manifestação de fé, a união do povo católico, e reestrutura a igreja em torno de um só credo”, observou o papa.

Durante a romaria chamava atenção a quantidade de pessoas que pagavam promessas por graças alcançadas. O inglês Edward Powell, que viajou onze mil quilômetros para acompanhar o Círio pela primeira vez, não conteve a empolgação: “Nunca vi nada igual. O povo brasileiro tem uma fé que contagia qualquer um”.

Ao seu lado, o canadense Nelson Ratcliff, acrescentou ter ficado impressionado ao ver os 15 mil fiéis seguros à corda atrelada à Berlinda.

ORIGINAL

Ratcliff esteve em 2008 na peregrinação à Meca, na Arábia Saudita, a maior manifestação muçulmana do mundo oriental, mas garante que ela não se compara ao Círio dos paraenses, que para ele é, ao mesmo tempo, “transcendente e original”. Outro estrangeiro, o chileno Osvaldo Rozas, emocionou-se tanto que precisou de atendimento médico num dos postos da Cruz Vermelha. Com pressão alta e devido ao calor, ele chegou a desmaiar.

Depois de socorrido, Rozas declarou que era a quarta vez que vinha a Belém. Deixou a mãe em Santiago, onde mora, e veio pagar a promessa que fez à santa pelo restabelecimento da saúde de sua mãe.
Um rio de fé onde deságuam pessoas

Não é uma caminhada fácil. Em determinados pontos, as ruas se estreitam. As curvas acentuam-se. Fabiana, 16 anos, foi descalça. Não estava na corda, mas achou que era uma forma de dar sentido aos passos que dava, anônima na multidão. Os amigos Cleiton e Rômulo, 19 e 23 anos, ensopados, abandonaram a corda na subida da Presidente Vargas. Jogaram-se no gramado da Praça da República. Exaustos, mas felizes.

Dandara, nove anos, foi pendurada pelo pai num contador de poste. Na mão uma imagem pequena. Vestida com uma roupa branca, aguardava a passagem da berlinda.

Em Nazaré, a Associação das Vítimas de Erros Médicos utilizava o Círio para realizar um pequeno protesto. Cartazes na mão, iam em silêncio, lembrando parentes vitimados.

A caminhada começa cedo. Há quem acompanhe desde a saída. Há os que aguardam em algum ponto. Cada um tem os próprios motivos. Não dá para medir sacrifícios. Não há balança adequada para se medir a fé.

Jobson Pinheiro, 17 anos, distribuía água na esquina da Doutor Moraes. Perto dele, Maria das Graças, 28, iniciava, de joelhos, o pagamento da promessa.

Caminha-se. A direção é uma só. Ninguém pergunta a ninguém o motivo de se estar ali. Cada um traz a própria história. O homem que carrega um tijolo na cabeça é levado pela mesma devoção que o outro que carrega uma cruz. A mulher, que é empurrada na cadeira de rodas, agradece da mesma forma que a família endinheirada que enfeitou a casa e dispôs cadeiras e balões na avenida Nazaré para observar, de forma privilegiada, a passagem da procissão.

Esses caminhos que convergem, como pequenos braços de rios que formam um rio maior, dão sentido ao Círio de Nazaré. Nas mãos que se estendem aos céus, nas vozes que cantam e oram e nas lágrimas que descem e misturam-se ao suor. No dia seguinte restarão as marcas e as lembranças, até a próxima renovação da fé. (Diário do Pará)
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