Marinor Brito (PSOL) declarou R$200 mil em gastos de campanha, enquanto Jarder Barbalho (PMDB-PA) calculou o teto de R$10 milhões
Com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de manter a aplicação da Lei da Ficha Limpa para o senador Jader Barbalho (PMDB) e torná-lo inelegível, a substituta dele para a segunda vaga de senador pelo Pará é Marinor Brito, do PSOL, que gastou o equivalente a 2% do que Barbalho utilizou na campanha eleitoral deste ano.Enquanto Jader Barbalho declarou a previsão de gasto de R$10 milhões no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Marinor Brito informou os gastos de apenas R$200 mil. Mesmo assim, a candidata conquistou 727 mil votos no Estado, 27,1% do total de votos válidos.
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Terceira colocada na eleição para o Senado no Pará, Marinor Brito (PSOL) assumirá a vaga que era de Jader Barbalho na próxima legislatura. Ela conquistou 727 mil votos
Com a conquista da vaga que era de Jader Barbalho, Marinor será a segunda senadora do PSOL nessa nova legislatura. A primeira vaga é de Randolfe, eleito pelo Estado do Amapá.
A nova senadora do PSOL acompanhou a votação do processo contra Brabalho no plenário do STF e, logo depois de homologada a decisão dos ministros, saiu para comemorar a vitória com a militância do PSOL em Brasília.
No meio de um brinde, Marinor Brito conversou com a reportagem do iG e disse que a decisão do STF “veio de encontro aos interesses da sociedade”. Segundo ela, o resultado da votação entre os ministros da suprema corte brasileira “legitima o poder democrático da população”, já que o projeto da Ficha Limpa foi uma iniciativa popular, contando com mais de 1,5 milhão de assinaturas.
“Qualquer decisão diferente da de hoje enfraqueceria a democracia brasileira e o poder de mobilização social. É uma lei que consolida o sentimento do povo e vira uma página sombria da nossa sociedade, que era a possibilidade de eleição de políticos envolvidos em escândalos. Minha felicidade é dobrada porque ajudei a coletar assinaturas para o projeto aqui no Estado”, disse Brito.
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Conhecida pelos adversários como uma vereadora “boa de briga”, Marinor Brito descarta os rótulos e comparações com a principal liderança feminina do PSOL, Heloisa Helena. A ex-senadora foi uma das principais figuras de oposição no primeiro mandato do presidente Lula e era conhecida pelo comportamento destemperado e pelos duros discursos contra o presidente da República e o governo federal.
Heloisa Helena concorreu ao cargo de senadora neste ano, mas que foi rejeitada nas urnas, conquistando 470 mil votos, 16,6% do total. Os dois senadores eleitos em Alagoas conseguiram, respectivamente, 904 mil e 840 mil votos cada.
A nova senadora do PSOL elogia Heloisa Helena, mas rejeita qualquer comparação com a colega de partido. “Ninguém anuncia seu comportamento. As pessoas terão oportunidade de me conhecer. A Heloisa Helena protagonizou um momento muito importante da política, foi muito corajosa e é uma referência. Mas eu e Randolfo pretendemos protagonizar um outro momento que a política brasileira enfrentará daqui para frente”, pontuou.
A primeira vaga de senador pelo Pará ficou com Flexa Ribeiro (PSDB), eleito com 1,8 milhão de votos, 67,7% do total. O senador Jader Barbalho foi considerado inelegível por ter renunciado ao cargo de senador em 2001, para não passar por um processo no Conselho de Ética do Senado. Na época, era acusado de suposto envolvimento em um escândalo de desvio de dinheiro público na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).
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